É importante sabermos que o tão
esperado ovo de chocolate, coelhinho da páscoa, tão aguardado por muitos, em
nada se associa com o verdadeiro significado da Páscoa. Essa colocação de
chocolate e coelho está totalmente equivocada em relação ao que a Páscoa
realmente é e o que ela significa.
A Páscoa tem seu início com um
propósito de Deus para libertação do seu povo, os Hebreus, quando se
encontravam cativos no Egito, por um período que já completava 430 anos. Devido
o sofrimento pela escravidão, Deus ouve o clamor do seu povo e prepara um homem
chamado Moisés, para usá-lo como instrumento Seu, para realizar essa
libertação, demonstrando em tudo, o seu Glorioso poder nas terras do Egito.
Quando Deus envia Moisés a
faraó pedindo-lhe que liberasse os Hebreus para que fossem embora, seu coração
é endurecido ao ponto de negar o pedido. Após isso, ocorrem vários sinais e
prodígios da parte de Deus para essa libertação, conhecido como as 10 pragas do
Egito, em suas diversas catástrofe, o coração de faraó estava endurecido para
que não fossem libertos. No entanto, é na décima praga que tudo acontece, a
libertação e a realização da Páscoa.
A última praga lançada contra
os egípcios foi a morte dos primogênitos. O primeiro momento que a palavra
Páscoa aparece na Bíblia está em Êxodo 12:11, onde Deus está instruindo o Seu
povo para a realização da Páscoa, que por sua vez estaria impedindo que os
primogênitos dos Israelitas também morressem, e que seria inclusive o motivo da
libertação deles no Egito.
Vemos aqui uma série de
acontecimentos marcantes. Como relata o livro de Êxodo no capítulo doze, a
Páscoa era realizada com a morte de um cordeiro de um ano; um cordeiro segundo
cada família. O animal deveria ser sacrificado e o seu sangue posto nos umbrais
da casa que o sacrificou, porque, a praga destruidora viria e tiraria a vida de
todos os primogênitos dos homens e até mesmo dos animais, de toda casa que não
houvesse o sangue nos umbrais.
A palavra Páscoa vem do hebraico
(פֶּ֥סַח) de (פסח) – pessach, que significa: passar por cima, saltar por cima.
Do grego (πασχα) – pascha, que é o sacrifício pascal, referindo-se ao cordeiro
pascal. A mesma palavra (פֶּ֥סַח) se encontra no texto de Êx.12:23 que diz: “Porque o SENHOR passará para ferir os
egípcios; quando vir, porém, o sangue na verga da porta e em ambas as
ombreiras, passará (פֶּ֥סַח) o
SENHOR aquela porta e não permitirá ao Destruidor que entre em vossas casas,
para vos ferir.” A sua tradução vem realmente da ideia de Deus poupar os
seus filhos da destruição dos primogênitos, resultando assim na libertação da
escravidão do Egito.
A partir de então os
Israelitas deveriam celebrar a Páscoa anualmente para trazerem a memória o que Deus
havia feito por eles no Egito, como o Senhor pelo Seu poder os libertou.
Contudo, a Páscoa não tem o seu significado tão somente no Antigo Testamento,
ela tem a sua realização também no Novo Testamento. No entanto, agora com o
propósito de uma libertação espiritual, e não física como na ocasião do Egito,
mas sim, da escravidão do pecado.
O que precisamos entender é
que agora O Cordeiro Pascal é o próprio Deus encarnado. É o próprio Cristo,
Jesus, que foi oferecido para libertação da condenação do pecado. Não foi por
um acaso que João Batista disse a respeito de Jesus em Jo.1:29 “No dia seguinte, viu João a Jesus, que
vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”
Não pense que a morte de Jesus
ter ocorrida na ocasião da celebração da Páscoa tenha sido ironia do destino,
não, antes, tudo aconteceu conforme o plano perfeito de Deus, para oferecer o Seu
Filho em favor de todos, para que, pelo Seu eterno amor, os que o aceitarem,
tenham em Sua graça e misericórdia a Salvação na eternidade com Deus (Jo.3:16).
Nos falta palavras para
descrever tão grande obra de salvação. Jesus pagou o preço com o Seu próprio sangue
ao morrer em nosso lugar na cruz. A Bíblia relata em Cl. 2:13-15 “E a vós outros, que estáveis mortos pelas
vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida
juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o
escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos
era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os
principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando
deles na cruz.”
Em tudo Deus seja louvado, por
que Jesus venceu a morte ao ressuscitar no terceiro dia, dando-nos a garantia
de que juntos com Ele viveremos na eternidade. Enquanto a Páscoa no Antigo
Testamento é a libertação da escravidão no Egito, no Novo Testamento é a
libertação da escravidão do pecado, realizada na pessoa de Jesus, Ele é o
Cordeiro Pascal.
A instituição deixada por
Jesus a todos os Cristãos, é que celebremos a Páscoa Nele, na ocasião da Ceia
do Senhor, como foi celebrada por Ele e seus discípulos na noite em que foi
traído, deixando a todos nós a ordenança de trazer tal acontecimento a nossa
memória em sua realização. Pois o pão simboliza o Seu Corpo e o cálice o Seu Sangue.
Portanto, não se engane quanto
ao verdadeiro significado da Páscoa. Ela em nada associa com o que muitos
comemoram; não tem nenhuma ligação com coelhos ou ovos de chocolate. Não se pode
perder a verdadeira essência.
Deus abençoe a todos e uma Feliz Páscoa em
Cristo na alegria da Sua Ressurreição.