REFORMA PROTESTANTE

Dia 31 de Outubro comemora-se o Dia da Reforma Protestante. A Reforma Protestante foi um Marco na História Cristã, pois foi um desejo de que a Igreja retornasse ao padrão bíblico, à pureza do Evangelho de Cristo. A Reforma não foi uma inovação, mas uma volta ao cristianismo puro e simples.

Martinho Lutero (1483-1546) foi o instrumento que Deus usou para dar o brado da Reforma, depois que homens como John Wycliff, John Huss e Jerônimo Savonarola já haviam se dedicado a esta causa, denominados de pré-reformadores. É importante ressaltar que Lutero não queria rebelar-se contra a Igreja, e nem dividi-la, antes, queria um retorno às Escrituras.

Martinho Lutero afirmou: "Simplesmente ensinei, preguei e escrevi a Palavra de Deus; não fiz mais nada. E, então, enquanto eu dormia (...) a Palavra enfraqueceu tão intensamente o papado que nenhum príncipe ou imperador jamis fez "estrago" assim. Não fiz nada. A Palavra fez tudo".

Lutero tinha uma vida piedosa e dedicada a Deus, mas se condenava com medo da justiça de Deus. Em 1511, Lutero foi a Roma a negócios. Lá ele viu um pouco da corrupção e da luxúria da Igreja Romana e começou a compreender a necessidade de uma reforma. Ficou chocado com a leviandade dos sacerdotes italianos. Percebeu que os sacerdotes rezavam missas sem se preocuparem com o conteúdo, muitos menos com o povo que vinha para participar da mesma.

Em 1511, Lutero foi transferido para Wittenberg para estudar Teologia, vindo a se tornar professor de Teologia. Ali, quando preparava uma de sua aulas encontrou a tão buscada paz interior que nunca conseguira nos ritos, e nas autoflagelações. A leitura de Rm.1:17 convenceu-o de que somente pela fé em Jesus era possível alguém se tornar justo diante de Deus. A partir daí ele compreendeu que a justificação diante de Deus era alcançada somente pela fé com a certeza de que as Escrituras são a única autoridade para o pecador procurar a salvação em Cristo Jesus. Pois alcançamos a vida eterna pela fé e não pelas obras ou quaisquer outras coisas.

Naquele tempo pagavam-se indulgências. A indulgências eram meios de remir a culpa e também eram usadas para aplicar penalidades pela igreja para a remissão dos pecados. Isso era feito através de uma determinada quantia de dinheiro. O ato de pagar uma indulgência era o mesmo que querer pagar o perdão dos pecados por intermédio de dinheiro, anulando assim, por completo, o sacrifício de Cristo na cruz, o valor da expiação pelo seu sangue derramado.

Johannes Tetzel, de Pirna, um expert na coleta das indulgências estava especialmente entusiasmado para a arrecadação de fundos para a construção da Basílica de São Pedro em Roma. Acerca das indulgências ele dizia: "Tão logo a moeda no cofre ressoa, a alma sai do purgatório".

Isso trouxe a Lutero indignação e um desejo intenso de mudança. Pois não se conformava com a realidade que a igreja se encontrava. A Reforma foi marcada quando Martinho Lutero afixou as 95 teses na porta da Igreja do castelo de Wittenberg em 31 de Outubro de 1517. Essa data tem um propósito específico, era o dia de todos os santos, véspera do feriado de finados, dia em que havia grande circulação na cidade. Como consequência Lutero foi excomungado pelo papa.

Em 1521, em Worms, na Dieta Imperial, sob ameaça de morte, ele defendeu sua fé diante do imperador Carlos V. Lutero disse: "A menos que eu seja convencido pelas Escrituras e pela razão pura e já que não aceito a autoridade do papa e dos concílios, pois eles se contradizem mutuamente, minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou me retratar de nada, pois não é seguro nem certo ir contra a consciência. Deus me ajude. Amém".

Como consequência da Reforma, o evangelho passou a ser pregado na língua do povo. Nos púlpitos e nos bancos das igrejas haviam cópias da Bíblia traduzida pelo próprio Lutero para o Alemão. Lutero afirmava que todos poderiam ler a Bíblia e interpretá-la, e não somente o papa. Negava também a ideia da infalibilidade papal e de que ele estava acima da Escritura. A Igreja colocava a tradição em igualdade com a Palavra de Deus, mas Lutero também refutava essa doutrina.

Haviam cinco ensinamentos que norteavam a Reforma denominados de Os 5 Pelares da Reforma:

1 - SOLA SCRIPTURA - SÓ AS ESCRITURAS. Reafirmaram a supremacia das escrituras sobre a tradição. Tudo o que não tinha embasamento Bíblico deveria ser rejeitado. A igreja deve submeter-se à Palavra de Deus.

2 - SOLA FIDE - SÓ A FÉ. Ressaltavam a fé como meio de salvação e não as obras.

3 - SOLA GRATIA - SÓ A GRAÇA. Eles afirmaram a salvação pela graça, isto é, um favor imerecido de Deus a nós.

4 - SOLO CHRISTU - SÓ CRISTO. Foram categóricos em mencionar a pessoa insubstituível de Cristo. O papa não ocupava e não ocupa o lugar de Cristo. Todos nós temos acesso direto em Jesus.

5 - SOLI DEO GLORIA - SÓ A DEUS GLÓRIA. Deus não divide sua glória com ninguém.

A Reforma aconteceu na Alemanha, mas diversos países aderiram e passaram por uma reforma tendo também seus representantes, sendo os Principais Reformadores: Martinho Lutero, Huldreich Zwínglio na Alemanha e Suíça, João Calvino na França, John Knox na Escócia.
O nosso desejo é que Igreja de Deus jamais venha abandonar a Fé pura e simples em Cristo Jesus e que O Senhor nos ajude a permanecer na sua Verdade. Tendo a certeza de que a salvação não está em denominações, devemos caminhar com os olhos firmes em Cristo, que é o Autor da nossa Salvação.
Deus abençoe a todos.